Somos especializados em Geriatria preventiva e terapêutica. Atendemos idosos que procuram por uma melhor qualidade de vida e pessoas que desejam planejar um envelhecimento saudável. Nosso papel é oferecer maior qualidade e quantidade de vida através do melhoramento do quadro físico e psicológico geral do Idoso.
A Geriatria é a especialidade médica que cuida da saúde da pessoa que envelhece, ou seja; Ramo da medicina que estuda, previne, trata e cuida das doenças e das incapacidades avançadas, tratando de modo específico e individualizado os problemas de saúde e busca prevenir as doenças que podem acontecer durante o envelhecer, favorecendo a qualidade de vida. Os cuidados geriátricos devem também preparar as pessoas para que não temam a velhice e que se conscientizem do erro de muitos preconceitos associados ao envelhecimento; aprendendo a discernir o que é normal e anormal no processo de envelhecer.
Incapacidade cognitiva
A cognição é a capacidade mental de compreender, e resolver os problemas do cotidiano. É constituída por um conjunto de funções corticais, formadas pela memória (capacidade de armazenamento de Informações), função executiva.
(capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento) e monitoramento (de tarefas complexas), linguagem.
(capacidade de compreensão) e expressão da linguagem oral e escrita, praxia (capacidade de executar um ato motor), gnosia (capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e (táteis) e função visuoespacial (capacidade de localização no espaço e percepção das relações dos (objetos entre si). O humor é a motivação necessária para os processos mentais. A mobilidade é a capacidade de deslocamento do indivíduo. Depende da postura/marcha, da capacidade aeróbica e da continência esfincteriana. E, finalmente, a comunicação é a capacidade de estabelecer relacionamento produtivo com o meio (habilidade de se comunicar). Depende de visão, audição e fala.
A perda dessas funções resulta nas grandes síndromes geriátricas tais como: Incapacidade cognitiva, instabilidade postural, imobilidade e incapacidade comunicativa. O desconhecimento das particularidades do processo de envelhecimento pode gerar intervenções capazes de piorar o estado de saúde da pessoa idosa – a iatrogenia, que representa todo o malefício causado pelos profissionais da área de saúde.
A incontinência urinária também é reconhecida como uma das grandes síndromes geriátricas. Ela afeta a independência do indivíduo, comprometendo, indiretamente, a função e a mobilidade. O idoso com incontinência esfincteriana sofre limitação de sua participação social, em virtude da insegurança gerada pela perda do controle miccional.
Instabilidade Postural
A mobilidade é das principais funções corporais e o seu comprometimento, além de afetar diretamente a independência do indivíduo pode acarretar consequências gravíssimas, principalmente nos idosos. A instabilidade postural, por exemplo, leva o idoso à queda, o que representa um dos maiores temores em geriatria. É fundamental conhecer as condições que a predispuseram, como ocorreram, quais os sinais e sintomas que a antecederam, a existência de comorbidades, se o idoso conseguiu se levantar sozinho e se houve fraturas. A incidência anual de quedas varia com a idade, sendo de 28 a 35% e de 32 a 42% entre pessoas com mais de 65 e de 75 anos de idade, respectivamente, chegando a 50% dos idosos em instituições de longa permanência. Entre os idosos que sofreram queda, dois terços terão nova queda no ano subsequente.
As quedas constituem a sexta causa morte de idosos e são responsáveis por 40% das suas internações. As quedas provocam em 40 a 60% das vezes, algum tipo de lesão, sendo de 30 a 50%, 5 a 6% e aproximadamente de5% dos casos, respectivamente, relacionadas com escoriações e contusões menores, hematoma sudoral e contusões maiores e fraturas. A fratura de fêmur destaca-se pela elevada morbimortalidade entre os idosos, ocorrendo em 1% dos casos.
A complicação mais frequente da queda é o medo de cair novamente, o que, muitas vezes, impede o idoso de deambular normalmente, deixando-o restrito ao leito ou à cadeira, aumentando o seu descondicionamento físico.
A manutenção do equilíbrio corporal em posição bípede representa capacidade fundamental para a manutenção da estabilidade postural. O equilíbrio corporal é mantido pela integração entre informações sensoriais captadas pela visão, sistema vestibular e próprio receptores. O equilíbrio corporal permite corrigir mudanças de posição do corpo em relação à base de sustentação.
Imobilidade
O conceito de imobilidade é variável, associando-se intrinsecamente ao movimento ou deslocamento no espaço, possibilitando a independência do indivíduo.
Por imobilidade entende-se qualquer limitação do movimento.
Representa causa importante de comprometimento da qualidade de vida. O espectro de gravidade é variável e, frequentemente, progressivo. No grau máximo de imobilidade, conhecido como síndrome de imobilização ou da imobilidade completa, o idoso é dependente completo: apresenta déficit cognitivo avançado, rigidez e contraturas generalizadas e múltiplas, afasia, disfagia, incontinência urinária e fecal, úlceras de pressão. Necessita de cuidador em tempo integral.
Essas características remetem ao quadro descrito por Dr. Richard Asher, em 1947: “Olhe o paciente estendido na cama. Parece uma figura patética. O sangue coagulando em suas veias, a cal escoando de seus ossos, as fezes amontoando em seu cólon, a carne de seu traseiro apodrecendo, a urina vazando de sua bexiga dilatada e o espírito evaporando” de sua alma.” Esse quadro deve ser evitado a todo custo.
Todos os sistemas fisiológicos, de fato, perdem progressivamente as suas funções, com a imobilidade constituindo a etapa final da história natural de inúmeras doenças que acometem os idosos.
Incontinência Esfincteriana
É uma condição mais frequente do que você imagina: ela atinge 10 milhões de brasileiros.
Embora seja mais comum em idosos, pode afetar pessoas de qualquer idade. É causada por diversos fatores, como alterações na inervação da bexiga ou pelo enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico e pode também estar associada à obesidade, gestação e partos e alterações da próstata.
No post de hoje, vamos contar quais são os sintomas mais comuns da incontinência urinária e como essa condição é diagnosticada na busca pelo tratamento ideal. Acompanhe: O sintoma que caracteriza a incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Cada pessoa pode vivenciar esta condição em frequência e intensidade diferentes. Além disso, o modo como essa perda ocorre depende do tipo de incontinência: Incontinência por esforço A perda de urina ocorre quando a pessoa realiza algum esforço físico, provocando um aumento da pressão sobre a bexiga.
Atividades habituais como tossir, rir, praticar exercícios físicos ou subir escadas já podem ser suficientes para liberar o esfíncter, a estrutura responsável por segurar a urina na bexiga, e ocorrer o escape. Incontinência de urgência nesse tipo, a pessoa sente uma vontade súbita e incontrolável de urinar, não conseguindo segurar até chegar ao banheiro. Essas crises podem ocorrer diversas vezes ao dia, mesmo quando a bexiga ainda não está completamente cheia.
Incontinência funcional Ocorre quando há perda urinária relacionada com fatores como mobilidade reduzida ou déficit cognitivo, que dificultam ou impede esvaziamento da bexiga no local adequado. É uma condição comum em pessoas acamadas, que têm movimentos limitados, em pessoas que apresentem doenças reumatológicas como a artrite, que, por exemplo, pode impedir a abertura da calça a tempo -, e em pessoas com doença de Alzheimer, entre outras. Incontinência de transbordamento Nesses casos, a bexiga já está repleta de urina, mas a pessoa apresenta dificuldade de esvaziamento completo da bexiga, que pode ser originada por alterações neurológicas ou por problemas obstrutivos, como aumento da próstata nos homens. Para controlar o volume, ocorre, por reflexo, o vazamento de uma pequena quantidade de urina. Diagnóstico O diagnóstico de Incontinência é principalmente clínico, ou seja, o simples.
Relato dos sintomas ao médico leva ao diagnóstico.
No entanto, há alguns exames que podem auxiliar o profissional na determinação de uma causa específica, e na escolha do tratamento mais eficaz. Aqui estão alguns dos exames que podem ser solicitados: Diário: anotações completas sobre o consumo de líquidos, a frequência de micção e os momentos de incontinência.
Essas informações dão ao médico mais detalhes sobre os sintomas; Urina: uma causa simples de incontinência pode ser a infecção urinária, que é detectada pelo exame de urina de rotina – chamado de Urina I. Além disso, esse exame ajuda na avaliação do funcionamento do sistema renal como um todo, identificando sangramentos, perda de glicose, de proteínas e diversos outros aspectos; Cistoscopia de modo semelhante à endoscopia, a Cistoscopia consegue, por meio de uma câmera acoplada a um tubo, visualizar as paredes da bexiga, o que permite identificar alterações na sua estrutura; Urodinâmica: um exame completo do funcionamento da bexiga. Através dele pode-se avaliar o fluxo de urina, a pressão interna na bexiga e as possíveis causas da perda urinária, como esforços, urgência ou transbordamento.
Iatrogenia
De um modo geral pode-se dizer que a Medicina comporta duas grandes dimensões: uma curativa, que tem por objetivo reparar as doenças e outra preventiva, que visa evitar que elas ocorram.
Ao lado delas convive inevitavelmente a medicina Iatrogênica, aquela que, independentemente da vontade do profissional, causa danos aos pacientes decorrentes dos próprios atos curativos ou propedêuticos.
A Iatrogênia é inerente à prática médica, ainda que o médico ou a equipe médica sejam muito competentes e disponham dos melhores recursos tecnológicos.
Amputar um membro, por exemplo, pode significar, a um só tempo, salvar a vida do paciente e mutilar seu organismo. Michael Balint, que foi um expoente da relação médico-paciente, afirma que todo médico é, em graus variáveis, sempre iatrogênico.
Ao receitar alguma medicação produz também efeitos indesejáveis, ao realizar uma cirurgia produz uma cicatriz, ao fazer um exame propedêutico pode provocar uma reação desagradável, etc.
As Iatrogênias abrangem não só os danos materiais, mas também os psicológicos, tanto causados pelo médico como por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas e demais profissionais que tratem o paciente.
Incapacidade Comunicativa
Comunicação é a atividade primordial do ser humano. A possibilidade de estabelecer relacionamento produtivo com o meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias e sentimentos estão intimamente relacionados à habilidade de se comunicar. É a partir dela que o indivíduo compreende e expressa seu mundo. Problemas de comunicação podem resultar em perda de independência e sentimento de desconexão com o mundo, sendo um dos mais frustrantes aspectos dos problemas causados pela idade. A incapacidade comunicativa pode ser considerada importante causa de perda ou restrição da participação social (funcionalidade), comprometendo a capacidade de execuçã de decisões tomadas afetando diretamente a independência do indivíduo.
Aproximadamente um quinto da população com mais de 65 anos apresenta problemas de comunicação. O geriatra, sendo tipicamente o primeiro clínico a ter contato com esses pacientes necessita saber como reconhecer esses problemas. As habilidades comunicativas compreendem quatro áreas distintas: linguagem, audição motricional oral e voz (fala). A visão pode ser incluída como a quinta função comunicativa, atuando como função compensatória, na ausência das outras habilidades da comunicação oral-verbal.
Insuficiência Familiar
A dimensão sócio familiar é fundamental na avaliação multidimensional do idoso. A família constitui-se na principal instituição cuidadora dos idosos frágeis, devendo ser privilegiada nessa sua função. A transição demográfica, entretanto, atinge diretamente essa “entidade”, reduzindo drasticamente a sua capacidade de prestar apoio a seus membros idosos.
A redução da taxa de fecundidade trouxe profundas modificações na estrutura familiar. O número de filhos está cada vez menor e as demandas familiares são crescentes, limitando a disponibilidade dos pais de cuidarem de seus filhos quanto dos filhos de cuidarem de seus pais.
Por sua vez, o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho a valorização do individualismo e os conflitos intergeracionais contribuem para as modificações nos arranjos domiciliares. Essas mudanças sociodemográficas e culturais têm repercussões importantes na capacidade de acolhimento as pessoas incapacidades, que historicamente dependiam de apoio e cuidado familiar. A própria modificação nas dimensões das habitações limita as possibilidades de cuidado adequado às pessoas com grandes síndromes geriátricas, como a incapacidade cognitiva, instabilidade postural, imobilidade e incontinência esfincteriana.
Essa fragilização do suporte familiar deu origem à outra grande síndrome geriátrica, a insuficiência familiar, cuja abordagem é extremamente complexa.